7.1.03
COMEÇO DE UM CONTO PARA 2003
Não. Gente, peraí, vamos devagar. Por que “viado”, o que é que há? Ele não é viado, eu garanto. Não é mesmo. É engano. Olha aqui: ponho fogo na minha mão se for preciso. Tô avisando. Ele não é, tô avisando. Queimo o meu dedo na brasa do inferno, se for preciso. O que é que é isso? Não, não acredito. Ele é homem, caralho. Vê se me escuta. Agora fodeu tudo. Meu Jesus Cristo. Conheço o cara desde pequeno. Pequeninho. Namorava Raílda, lembra de Raílda? Todo mundo queria comer Raílda. E sabe quem comeu Raílda? Todo mundo sabe quem comeu Raílda. Tá aí quem comeu Raílda. Ele, ele. Não fui eu, não foi você. Não foi ninguém. Foi ele. Ele mesmo. Que coisa feia. Não julgar os outros para não ser julgado, repito. Essa violência leva a quê? A quê? Calma. Gente, pra quê? Solta o cabelo do rapaz, Satanás. Que loucura! Onde está a polícia? Socorro, chama a polícia. Maria, chama a polícia. Seu Raimundo, faça alguma coisa. Larga essa vassoura. Larga essa vassoura.
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