13.7.04
PREZADO JOÃO UBALDO
Você perdeu. Pena que não veio. A Festa estava legal. Até um urubu pousou em Paraty. Explico: um urubu de verdade, passeando sua sombra pelas pedras da cidade. Feito poesia de Poe. Feito os Anjos de Augusto. Não o Liberato. É, até o Gugu Liberato veio. A gente não sabia o que ele fazia aqui. Mas nem ele sabia. Quem diria? Virou literato da noite para o dia. Uma transformação! E olha: você bem que tinha razão. Falaram muito dos estrangeiros, mas eles não falaram muito. Uma espanhola chamada Rosa Montero tagarelou por todo mundo. Uma pimenta. E acho que ela fazia parte da turma do "et cetera", para você ver. Assim como ela, um monte de gente fez sucesso. Um monte de gente, pelos bares e botecos. Um monte de gente se conhecendo. Distribuindo livros, panfletos, textos mimeografados. Palavras e palavrões por todos os lados. Batuque, samba e feijoada. Chico trouxe a bola para a rapaziada. Verissimo, as gargalhadas. Carrero e eu, xaxado e baião. Férrez, os manos do Capão. Crianças soltando rojão. Eta danado! Imperdível! Da próxima vez, vê se não deixa a gente na mão. Você fez uma falta danada. Aquelabração, do seu amigo e companheiro, Marcelino Freire. P.S.: Viva o Povo Brasileiro!
[ Texto publicado nesta segunda,
dia 12, a convite do Jornal do Brasil ]
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