22.3.05
BUQUÊ DE PRESSÁGIOS
De tudo, talvez, permaneça / o que significa. O que / não interessa. De tudo, / quem sabe, fique aquilo / que passa. Um gerânio / de aflição. Um gosto / de obturação na boca. / Você de cabelo molhado / saindo do banho. / Uma piada. Um provérbio. / Um buquê de presságios. / Sons de gotas na torneira da pia. / Tranqueiras líricas / na velha caixa de sapato. / De tudo, talvez, restem / bêbadas anotações / no guardanapo. / E aquela música linda / que nunca toca no rádio.
[ Marcelo Montenegro, em especial sobre poesia brasileira feito pelo site carioca Paralelos. Eta porra! ]
|