19.4.05
GILDA
Nunca houve mulher como Gilda. Ruim como a peste. Seu prazer era atazanar a vida de quem estivesse ao redor. Na hora de escolher a profissão, foi ser manicure. Sangrava as clientes de propósito só para vê-las pulando na cadeira. Um dia foi chamada para fazer o pé de Damião. Achou o pé do rapaz tão lindo, tão macio, que não teve coragem de feri-lo. Pela manhã, ao vê-lo nu sobre a cama, comentou como se fosse sem querer: sabe que eu pensei que seu pinto fosse maior?
[ Miniconto do livro "Ao Homem que Não me Quis", de Ivana Arruda Leite, a ser lançado no dia 27 de abril, na Livraria da Vila ]
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