10.7.06
REVISTA
Na ficção brasileira de agora - embalada ao som de balas perdidas e sob a luz de semáforos que regem perigosos cruzamentos -, os textos narrativos têm como epicentro as metrópoles com seus dramas insolúveis. Nossos autores - cujas personagens falam uma língua crua, sem "filtros" - tematizam a vida de sujeitos esmagados pelo abismo social gerador de uma onda de crimes e de um clima de pavor tais que fariam Dante situar o seu inferno no caos social urbano que se vive neste país. [...] Nem mesmo os sentimentos, nem mesmo a sexualidade estabelecem comunicação entre os indivíduos. Sentimentos e amor tornaram-se, também eles, objeto de consumo, valor-de-troca - usa-se e joga-se fora. Amor e sexo, opina Marcos Flamínio Peres, "acabam sendo outra carnificina".
[ Janilto Andrade, na revista Continente deste mês. Seu artigo antecipa a publicação do livro "O Feio na Literatura" - em que o professor da Universidade Católica de Pernambuco analisa, além de meus livros, autores como Ivana Arruda Leite, Marçal Aquino, Marcelo Mirisola, Ronaldo Bressane, entre outros e tenho ditO ]
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