4.8.06
DIFÍCIL AGORA SABER SE EXISTE CACHIMBO DO BOM NO CÉU
Apre ainda difícil demais encontrar edição antiguinha aquela dele José Veríssimo mas catrâmbias! logo-logo envio pra você via sedex místico; huifa amigo reunião ontem eh-eh de papoco; tutumumbucas de todos os naipes hã pena que você desde sempre generosidade em figura de gente ficou ali entre flores velas todo-ouvidos numa quieteza daquelas; mas eu hã coscuvilhice em pessoa fiquei ouvindo sussurros-murmúrios-plangências de todas as latitudes; emocionante-singelo diálogo dele crítico literário número 1 com bibliófilo número 1 eh-eh ambos quase nonagenários: curioso lembrar agora José huifa somos amigos há exatamente setenta anos; ah Antonio isto sim é amizade sólida; andei pouquinho mais vi-ouvi mocinha simplória lambaia mesmo dizendo ah ele era mais que um chefe era amigo da gente amigão de verdade; duas cadeiras adiante editor-emoção-às-escâncaras nascido em terras borgeanas dizia alto-bom-som: João foi um pai pra mim verdadeiro pai pra mim; sim sei amigo ironia puh reunião deste naipe gente simples gente letrada aos baldões apre você naquela quieteza que só vendo à socancra querendo dizer obrigado amigos obrigado mas diacho mais cedo mais tarde voz fica assim mesmo numa mudeza infinita hã ainda bem que sempre haverá alguém para desvendar à luz nossas digamos façanhas literárias; sim amigo sei sei cinqüenta anos escrevendo-editando-criticando; João Antonio Osman Lins Rubem Fonseca Marcelino Freire quejandos; sim amigo entendi a-hã escreveu sobre todos eles no calor da hora eh-eh lidando com o ainda-agora o ainda-há-pouco; você desde sempre soube que fazer crítica é meter-se em altas cavalarias hã bulir com casa de marimbondos amarrar o guizo no pescoço do gato; podemos esquecer também neca neres jeito nenhum deles trabalhos substanciosos-acadêmicos-elaborados; a-hã: análise individual das obras de João Cabral de Mello Neto José Veríssimo Machado de Assis Mário de Andrade Eça de Queirós Paul Valéry Jorge Luis Borges; ah ouvi crítico literário número 1 sussurrar no ouvido dele bibliófilo número 1: ele veio trabalhar comigo jovem ainda vinte e cinco se tanto; puh querido amigo a festa acabou o cachimbo apagou o povo sumiu a noite esfriou e agora João Alexandre Barbosa?
[ Evandro Affonso Ferreira ]
Em tempo:
Leia ainda o que escreveram Marcelo Coelho, Manuel da Costa Pinto, Ademir Assunção e Claudio Daniel.
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