18.9.07
LÁ NO RIO
E recebi vários e-mails de leitores me perguntando como foi o meu encontro, na Bienal do Livro, com Marcelo Mirisola. Ave nossa! Isso porque debatemos, na sexta passada, o tema "mercado e patrocínio". Se o escritor precisa mesmo viajar, se precisa de bolsa, dinheiro, sei lá. Vale explicar: a mediação foi de Daniela Birman, do jornal O Globo. Ela quem nos disse do formato: o público, de aparelho na mão, teclava numa votação. Digamos: a gente expunha o nosso parecer sobre o assunto e a platéia, no final, escolhia de que lado ficaria e mandava ver. Pois foi assim: como todos bem sabem, não é de hoje que Mirisola critica prêmios, festas, se expressa nervosa e transparentemente contra o projeto Amores Expressos e por aí vai. "A saída é o suicídio", disse ele. Não acredita que possa, em vida, ser contemplado com o que for. "Tudo uma panelinha, pô!". De minha parte, defendi o Movimento Literatura Urgente. Mostrei, por exemplo, anúncio de jornal com a peça Os Produtores. Página dupla cheia de apoios. "Por que, ora, os escritores, esses têm de viver na miséria?". Também defendi a nossa circulação, em todo canto, à cata do leitor. "Só falta agora ir à quermesse", ironizou Mirisola. "Vou até em velórios, se me convidarem", disse eu e ave! A conversa acabou porque o tempo havia esgotado. Resultado final do placar: 75% da platéia ficou a favor do patrocínio à criação literária, etc. E é isso. E mais não digo. E até amanhã que eu estou com pressa. Beijos no umbigo. Fui.
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