24.7.08
MISTURANDO AS BOLAS
[01] E hoje o crítico carioca Antônio Cândido faz 90 anos. Dia também do aniversário de cem anos do poeta pernambucano Solano Trindade e ave!
[02] E quem não viu, corra. Só vai até este domingo o espetacular embate, em cena, dos atores Nicolas Trevijano e Rafael Losso. A peça: A Coleira de Bóris. O texto: Sérgio Roveri. A direção: Marco Antonio Rodrigues. Onde: no Satyros Um. Quando: sexta e sábado, às 21 horas. Domingo, às 19. Leia mais no P.S. abaixo e eta danado!
[03] Hoje, a Ivana Arruda Leite, aqui, ao que parece, está falando do mesmo assunto que o Santiago Nazarian, aqui. Vale conferir.
[04] Mais três autores foram lançados dentro da coleção de poesia Caixa Preta, coordenada por Claudio Daniel e beleza! São eles: Andréa Catrópa, Elson Fróes e Wilson Bueno. Mais informações e vendas, escreva para: vendas@lummeeditor.com. Vale a pena.
[05] E por falar nisso, leia aqui texto do Claudio falando sobre a poesia dos anos 90, enfim, assado.
P.S.: É um texto difícil este do Roveri. Reexplico: A Coleira de Bóris. Os diálogos dão saltos no escuro. Cambalhotas no abismo. Vejamos: dois detentos se encontram enjaulados, lado a lado. E não sabem por que vieram parar ali. Há tanto tempo. Onde estamos? Em que país infeliz? Soube eu que, quando escrita, a peça previa uma parede separando os personagens. Cada um na sua solitária. Nada de cara a cara. Apenas alma com alma, conversando. Vociferando, enfim. A solução, dada pelo diretor Marco Antonio Rodrigues, soltou os presos no mesmo chão. De gravitação. Eles se olham mas não se vêem. Triscam-se mais do que se tocam. Formam um mesmo espectro. Um, digamos, mais otimista. Seria? O outro, descrente. No entanto, acorrentados ambos. A caminho do mesmo futuro. Aliás, quão talentosos e vigorosos são os dois atores. Juro. Num embate cheio de arte. E fôlego. Algo que me fez lembrar o clássico Dois Perdidos Numa Noite Suja - este, mais circense. A Coleira, digamos, mais nonsense. E não menos visceral. Roveri, mais uma vez, captura com precisão o mundo-cão em que sobremorremos. Recomendo. E mais não digO. Paurabéns a todos do espetáculo. Aquelabraço forte e beijos no umbigO. Fui.
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