8.7.08
É POR ESSAS
Demorei porque o cansaço me pegou, mas voltei animado, pô! É sempre uma festa a FLIP. Por mais que alguns falem mal do evento, etc. e tal, é bom ver a circulação, a bebericagem geral. Reencontrar os leitores. Ver, por exemplo, o amigo Xico Sá falar horrores. Digo: humores bons. Histórica a participação do Xico. Que soltou os bichos. Os cachorros ao vento. E o Humberto Werneck também disse a que veio. E Jaime Ovalle, seu lendário parceiro. De mediúnica birita. Até os mortos se animam a fazer uma visita. Um ator, fantasiado de Machado, quase foi preso. Pelo tumulto que fazia. Quem diria? E como esquecer a maravilha que foi o colombiano Fernando Vallejo? E o seu sorriso de guerrilheiro armado? De palavras. Ao lado do estupendo holandês Cees Nooteboom. Trocaram farpas inteligentes. Contentes de tudo. No maior respeito, avesso e mútuo. Assim fosse o mundo literário. Ave, amém e saravá! Na verdade, a edição deste ano demorou a empolgar. Não sei. Um excesso burocrático que emperrou, uma ou outra mediação que não brilhou (exceção para os afiados Ángel Gurría, Matthew Shirts e Verissimo). Teve gente que falou, falou. Pelos cotovelos. Algumas mesas nem vi, nem posso comentar direito. Vi Inês Pedrosa. Perfeita! E fiquei sabendo que a mesa do Pepetela foi repleta de alma. E delicadeza. Oh! E, para terminar, não posso deixar de falar do jovem escritor campineiro Maurício de Almeida. Ele me presenteou com o seu volume de contos Beijando Dentes, publicado pela Record. Um monstrinho da escrita. Há muito eu não lia, juro, uma prosa tão ardilosa, tão bem escrita. Cheia de uma poesia que não se mostra. Não é exibida. Esse cabra vai longe. Torço pelo seu presente. E seu futuro e viva! Não é à toa que Maurício foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2007. Repito: fique você de olho. E compre, correndo, essa obra rara. Nascida clássica, aviso. E é por isso que eu digO. É por essas e outras — mesmo com mornas falhas — que vale o encontro lá em Parati. E outros encontros que façam a palavra circular. Agitar-se por aí.
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