11.3.09
CADÊ O CHICO?
Queria saber a senhorinha, de braços estendidos. A sala superlotada já ia começar a projeção quando ela levantou a fala: "eu vi no jornal que o Chico Buarque estaria aqui". Ontem à noite, na pré-estreia do Palavra (En) Cantada. Cabra, o filme é bem bom. Fique ligado. Não só para quem gosta de música e poesia, mas para quem aprecia sensibilidade e ave! Longe de ser um documentário chato, didático. É bem dinâmico. De nos dar um orgulho virado. Da nossa língua. Dos artistas que cantarolamos. Pelos quatro cantos. Eta danado! Gostoso é, por exemplo, conferir o alvoroço criativo do Tom Zé. Saber como é que é que o Chico, o Antonio Cícero, o Lenine pensam suas letras. Fazem as gambiarras e as mutretas para colocar palavra nos acordes. Nas melodias cegas. Nas idas e vindas de uma canção. Vai do pandeiro ao violão. Do rap ao repente a apaixonada discussão. Inclusive, com raras imagens de arquivos. Tipo: da apresentação da peça Morte e Vida Severina, na França. Do Chico Science, do Dorival Caymmi, da Hilda Hilst, do Ismael Silva, etc. Repito: é trabalho feito na batida do coração, superbem dirigido por Helena Solberg. Não deixe você de ir ver. Vale a pena, juro. Todo mundo ontem, no cinema, curtiu deveras. Anote aí: estreia nesta sexta e beleza! Com um baita elenco: Adriana Calcanhotto, Arnaldo Antunes, Bethânia, Ferréz, Lirinha, Luiz Tatit, entre outros. E até o Chico. Que dá um banho de "interpretação". A senhorinha, ao final, até esqueceu. Que o compositor em carne e osso não veio. Só a alma dele apareceu. É isto. E por hoje é só. Por enquanto. E sucesso para o filme. E aquelabraço a todos. E vamos que vamos. Fui.
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