12.8.09
FUMAÇANDO
Recebi, do querido amigo e ator Gero Camilo, o Manifesto logo abaixo. Meu Santo Periquito! Que cruzada é esta que tem acontecido aos bares e boites e redutos etílicos da cidade? No mesmo dia, a saber, andaram multando o Espaço dos Satyros, etc. e tal. e eta danado! E mais não digO. E eu, que nunca fumei, acho que hoje, de propósito, vou acender um cigarro. E fui e aquelabraço.
MANIFESTO
No início do século passado, atrizes recebiam o carimbo de prostitutas em suas carteiras de trabalho. Cem anos depois, a festa da classe teatral é comparada com um prostíbulo. "Segundo a subprefeitura, a situação foi semelhante ao fechamento da boate Bahamas, do empresário Oscar Maroni, lacrada pela administração municipal em julho de 2007", é o que diz a reportagem da UOL, depois de ouvir a assessoria da prefeitura. Infelizmente, se nada fizermos, estaremos sempre reféns desse pensamento medieval.
GAMBIARRA INFORMA SOBRE OS FATOS DA NOITE DE 09/08/2009:
Por volta das 2 horas da manhã do último domingo, a Guarda Civil Metropolitana, liderada por dois fiscais da Subprefeitura da Sé, que não portavam identificação, cercou as três entradas da festa. Os dois fiscais, armados, e sem portar nenhum mandato, bloquearam todas as portas da casa, impedindo que pessoas entrassem ou saíssem. Arrancaram e confiscaram à força os banners das três portarias (inclusive, agredindo um dos funcionários), sendo que todos os banners foram feitos dentro dos limites impostos pela própria prefeitura no Cidade Limpa. A Gambiarra obedece ao PSIU (o nível de som que ultrapassa as pistas é muito pequeno), ao Cidade Limpa (todos os banners têm metragem muito menor do que o máximo permitido) e agora à Lei Anti-Fumo (o cigarro já foi proibido na casa e foi criada uma alternativa para as pessoas entrarem e saírem da festa para fumar). Além disso, a casa, que conta com três pistas distintas, tem alvará de funcionamento para cada uma delas, que foram mostrados aos fiscais. Não satisfeitos em ver que não havia nenhum fumante e que tínhamos todos os alvarás, invadiram a festa armados e ordenaram o imediato desligamento do som e a retirada de todas as pessoas para que fosse feita a contagem de quantos frequentadores estavam presentes naquela noite, um por um. O tumulto generalizado, provocado pela saída de 1.400 pessoas ao mesmo tempo, poderia ter virado tragédia, contida pela nossa equipe. Com a casa já vazia, os fiscais abandonaram o local sem efetivar uma notificação do ocorrido – ação esta que deve vir antes da multa e muito antes de uma expulsão arbitrária e ditatorial.
Manifestações de repúdio a tal ato devem ser enviadas para: gabinetedoprefeito@prefeitura.sp.gov.br
Para saber mais, clique aqui em cima.
Em tempo:
- Aproveito para avisar que hoje, às 23 horas, no Espaço dos Parlapatões, acontecerá o aniversário de um ano do projeto Curta na Praça, do qual já tive a honra de participar, inclusive ao lado do Gero e amém e saravá!
- E vale relembrar que hoje idem, às 21 horas, começa a temporada da peça Bicha Oca, com Rodolfo Lima e Herbert Didone, sob direção de Edu Reis e baseada em meus contos gays. No Casarão do Belvedere e ave!
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