13.4.10
NEM TODO FILHO É DANIEL
Na semana passada fui ver o filme Os Famosos e Os Duendes da Morte. Na sala, apenas eu. Sim, sozinho. O único espectador, juro. Pois é. Rodeado de almas (ou seriam duendes?). Felizmente, não as almas do Chico Xavier. É de lascar! Ter de aguentar essa agora. Que o cinema nacional tem de ressuscitar. Acordar. Seguir o exemplo do Daniel Filho. Filmes de sucesso, multidão na bilheteria. Putz-grila! Estava eu, quieto. Em silêncio. Presenciando o arrebatador nascimento de um cineasta de talento. Um novo olhar. Nada a ver, saravá, com a Rede Globo de Televisão. Com a iluminação chapada das telenovelas. O luxo da figuração. Reparem: sempre no elenco desse tipo de superprodução estão o Tony, a Glória, o Reynaldo. Que saco! No filme Os Famosos, só gente desconhecida. No interior melancólico do Rio Grande do Sul. Em que a história se derrama. E desliza. Devagar. Cheia de espectros. Profundidade. Ave! Nem tudo está morto. Viva! Nem todo Filho é Daniel e maravilha! O diretor do momento é o Esmir Filho, em seu primeiro longa. Fôlego maduro! Quero mais os que estão à procura. De fazer, de verdade, a diferença. Miúda, na surdina. O impacto que me causou essa fita. Baseada em livro homônimo de Ismael Caneppele, que vale leitura (já falei dele aqui), publicado pela Editora Iluminuras. Saí do cinema abalado. Acompanhado de solidão, pelas ruas. Pisando baixo. Algo em mim, de fato, psicografado. Errante e penado. Prefiro. Corram, agorinha, para ver a fita. Fiquei sabendo, inclusive, que a plateia tem enchido em outras sessões que não aquela minha no Cinema da Vila. Nada, é claro, comparado ao público do Daniel. Esse, lotando salas cada vez mais vazias. E por hoje é só. E perdão pela demora, aqui, na postagem. Correria e viagens. Projetos e novidades dos quais irei falando aos poucos, enfim, assado. Beijos para todos. E valeu e aquelamoroso abraço. Fui.
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