18.5.10
MARCOS CESANA
Deve ter sido assim. Quando Oscarito morreu. Quando Grande Otelo desapareceu. Chaplin no fim da estrada. Estrela em qualquer praça. Cheia de graça. Deve ter sido assim. Não sei. A fria marmelada. O circo baixando a lona. No interior do Brasil. Quanda a gente era criança. Desse jeito: o cinema mudo. Como um letreiro que sobe. Ainda no escuro. Um filme inesquecível. Que vem morar na memória. Quando a cortina se fecha. O fim daquela peça. Deve ter sido assim: em qualquer época. Onde esses artistas aparecem. E abrem o nosso sorriso. Alegram o nosso espírito. Chegam para arrancar. Do nosso lugar um brilho. Trazem sempre um repertório festivo. Uma piada afiada. Um causo pronto. E vão embora. Sem avisar. Deve ter sido assim: o que sempre fica de lição. Uma farra no coração. Para a gente lembrar. Valeu, cabra! E a gente se encontra. Numa próxima noitada.
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