4.7.10
VIVA PIVA SEMPRE!
Domingo, dia improvável, digO: dificilmente escrevo aqui, no blOgue. Mas hoje vale. Porque morre um poeta da grandeza do Roberto Piva. E porque o seu amigo, de longa data e batalha, o igualmente grande Glauco Mattoso, acaba de divulgar um soneto seu em homenagem ao autor de Paranóia. Segue ABAIXO. E, sem mais palavras, volto mais tarde. Descanse com os anjos, Piva. E sempiternamente grato por sua arte. Fui.
COMMUNICADO À COMMUNIDADE
Julho/2010 - No dia 3, por occasião da morte de Roberto Piva, GM divulgou o seguinte soneto polystrophico, composto duas semanas antes, quando o poeta, hospitalizado, perdia a consciencia. Não percamos a nossa quanto à sua importancia e quanto à falta que fará, sobretudo, como amigo.
PROFANO PROPHETA [soneto 3390]
Esperma de palavra se deriva em fertil mente e em lyra creativa.
Semantica ou syntaxe, só, não basta nem são imprescindiveis metro e rima si a escripta surprehende e a penna é vasta.
Conheço um tal poeta e nelle vejo de olympicas metropoles o exgotto, o gozo azul de impubere garoto, o samba em harpa e o rock em realejo.
É magico e sublime o pederasta que do maldicto mytho se approxima e do castiço canone se afasta.
No orgasmo oral dos jovens está viva a chamma que deixou Roberto Piva.
|